
14 abr Dark Social e cerveja artesanal
Nos últimos anos, o marketing digital evoluiu de forma impressionante. Ferramentas de automação, métricas em tempo real, dados comportamentais e algoritmos avançados nos ajudam a entender cada passo do consumidor. No entanto, existe uma parte da jornada do cliente que continua sendo um verdadeiro “ponto cego” para as marcas: o Dark Social.
Quando falamos em cerveja artesanal — um setor cada vez mais competitivo, onde a conexão genuína com o público é vital — entender esse fenômeno pode ser o diferencial entre campanhas que geram resultado e aquelas que simplesmente desaparecem no feed.
Neste artigo, vamos te mostrar o que é o Dark Social, por que ele importa tanto para o mercado cervejeiro e como começar a rastrear esse engajamento oculto. Se você trabalha com marketing, comunicação ou simplesmente quer entender melhor como sua marca artesanal pode crescer, esse conteúdo é para você.
O que é Dark Social?
O termo Dark Social foi criado pelo jornalista Alexis C. Madrigal, da The Atlantic, em 2012. Ele se refere a todo o tráfego e compartilhamento de conteúdo que ocorre fora dos canais públicos e rastreáveis. Ou seja, quando um link do seu site, post ou vídeo é enviado por mensagens privadas, grupos fechados, e-mails, DMs, WhatsApp, Telegram, iMessage e até mesmo por print de tela, ele entra no território do Dark Social.
Essas interações são invisíveis para o Google Analytics e outras ferramentas tradicionais de monitoramento. Quando alguém acessa um conteúdo por um link enviado no WhatsApp, por exemplo, esse tráfego muitas vezes aparece como “direto”, sem que você saiba de onde ele veio.
E aí está o desafio: você está sendo compartilhado, comentado e recomendado — mas não está vendo isso acontecer nos dados.
Por que o Dark Social importa para cervejarias artesanais?
A cerveja artesanal é um produto que vive da recomendação. Seja aquele amigo que te mostra uma IPA diferente, o grupo que combina um bar com chope local, ou o sommelier que indica uma nova microcervejaria — a maior parte da conversa acontece fora do radar.
Agora pense: quanto do seu conteúdo está sendo realmente compartilhado por esses canais invisíveis? Se você baseia sua estratégia apenas em curtidas, comentários e cliques de campanhas, pode estar perdendo o que realmente move o seu público: a conversa genuína entre pessoas.
Alguns motivos para prestar atenção nisso:
- O público da cerveja artesanal é altamente engajado e nichado;
- Recomendação pessoal pesa muito mais do que um anúncio pago;
- As comunidades cervejeiras estão frequentemente em grupos privados, fóruns e apps de mensagem.
A marca que entende o poder oculto do Dark Social começa a jogar o jogo com muito mais consciência.
Exemplos de Dark Social no universo cervejeiro
Vamos ilustrar alguns casos reais de como o Dark Social acontece no dia a dia de quem vive e consome cerveja artesanal:
- Um grupo no WhatsApp de amigos cervejeiros que compartilham links de eventos, lançamentos e promoções de growlers;
- DMs no Instagram trocando dicas de harmonização ou comentando um post de uma nova collab;
- Um print de um rótulo inusitado, enviado no grupo da galera do happy hour;
- E-mails entre sommeliers ou donos de bares, com indicações de fornecedores ou estilos de cerveja.
Esses comportamentos são naturais, autênticos — e extremamente poderosos. Eles moldam a opinião, criam desejo e direcionam decisões de compra. Mas passam longe das métricas que aparecem no seu dashboard.
Como identificar sinais do Dark Social?
A primeira coisa a entender é que você não vai rastrear tudo. E está tudo bem. O foco não é ter controle total, mas sim reconhecer padrões, adotar estratégias de escuta e gerar pontos de contato inteligentes.
Aqui estão algumas maneiras de começar:
Use URLs com parâmetros UTM personalizados
Mesmo em canais “não rastreáveis”, se você incentivar o uso de links com parâmetros (UTM), pode obter insights valiosos. Por exemplo:
- Crie links específicos para compartilhar em grupos de WhatsApp;
- Ofereça benefícios para quem usa determinado link (como um desconto ou acesso antecipado).
Assim, você começa a entender de onde está vindo aquele “tráfego direto” misterioso.
Acompanhe picos de tráfego “sem explicação”
Percebeu um aumento repentino no acesso de uma página sem nenhuma campanha ativa? É provável que seu conteúdo tenha sido compartilhado em canais privados.
A dica é cruzar esse dado com o tipo de conteúdo: era uma novidade? Um lançamento? Algo polêmico? Quanto mais você observar, mais vai entender o comportamento do seu público.
Ouça seus clientes
Simples e poderoso: pergunte como as pessoas ficaram sabendo de você. Pode ser via formulário de compra, checkout, pesquisa pós-venda ou até numa conversa informal em um evento.
Você vai se surpreender com as respostas do tipo: “um amigo me mandou no grupo da família”, “um print apareceu no nosso grupo de sommelieria”, “me marcaram no Insta e depois mandaram inbox”.
Crie conteúdo que “dá vontade de compartilhar”
Nem todo conteúdo é digno de print ou de compartilhamento no grupo. Para entrar no Dark Social, seu conteúdo precisa sair do óbvio. Inspire, provoque, ensine ou gere identificação real.
Algumas ideias:
- Tabelas de harmonização com comidas de boteco;
- Dicas de como escolher o copo certo para cada estilo;
- Curiosidades sobre a história de uma cervejaria local;
- Bastidores da produção, com linguagem leve.
Quando seu conteúdo vira tema de conversa, você passa a estar presente onde as decisões reais acontecem.
Como transformar o Dark Social em estratégia?
O primeiro passo é mudar a mentalidade: nem tudo que importa pode ser medido com precisão. Aceitar isso é libertador. Ao invés de lutar contra o invisível, comece a criar pontes com o seu público:
- Crie comunidades: pense além dos seguidores e crie grupos, clubes, embaixadores da marca. Convide seu público para fazer parte de algo;
- Facilite o compartilhamento: adicione botões de “enviar por WhatsApp”, incentive o print, permita copiar trechos do conteúdo;
- Estimule o boca a boca: campanhas de indicação, sorteios, recompensas para quem compartilha;
- Use QR codes inteligentes em rótulos, bolachas, brindes e copos. Quando alguém escaneia, você pode identificar a origem.
Cases inspiradores
Cervejarias artesanais que já entenderam o poder do Dark Social têm se destacado no mercado. Algumas ações comuns entre elas:
- Criam conteúdo educacional que circula em grupos de WhatsApp de apreciadores;
- Distribuem cartelas com QR codes em eventos para acesso a playlists, e-books e cursos rápidos;
- Incentivam indicação de amigos com links únicos, integrando plataformas como WhatsApp e Telegram;
- Oferecem vantagens exclusivas para quem vem por indicação, trazendo o Dark Social para o centro da estratégia.
Essas iniciativas não só aumentam o alcance da marca, como também ajudam a criar uma comunidade fiel em torno da cerveja artesanal.
Conclusão: Olhos atentos onde ninguém está vendo
O Dark Social pode parecer desafiador à primeira vista, mas é também uma grande oportunidade para as marcas que querem se destacar de verdade. No mundo da cerveja artesanal — onde a experiência, a conversa e a recomendação valem mais do que qualquer clique — entender o que está fora do radar é essencial.
Você não precisa saber tudo. Mas precisa estar onde as pessoas estão conversando. E muitas vezes, isso significa sair do painel de métricas e entrar na vida real.
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