
09 abr Deepfake e influenciadores virtuais: Oportunidade ou risco?
Você já imaginou ver um mestre cervejeiro lendário, que nem está mais entre nós, anunciando uma nova cerveja artesanal? Ou um influenciador que nunca existiu, mas parece tão real quanto qualquer pessoa do seu Instagram, recomendando uma IPA refrescante para o verão? Essas ideias, que até pouco tempo pareciam ficção científica, estão cada vez mais próximas da realidade. E isso graças ao avanço das tecnologias de deepfake e à ascensão dos influenciadores virtuais.
Essas tendências já estão impactando o marketing em diversos setores — e o universo cervejeiro, sempre criativo e inovador, começa a sentir os reflexos. Mas a grande pergunta que fica é: estamos diante de uma grande oportunidade de engajamento e inovação, ou estamos flertando com riscos éticos e de reputação?
Neste artigo, vamos explorar o que são essas tecnologias, como estão sendo aplicadas ao marketing cervejeiro e quais cuidados as marcas devem ter. Preparado para esse brinde ao futuro?
O que é deepfake?
O termo “deepfake” vem da junção de “deep learning” (aprendizado profundo, uma técnica de inteligência artificial) com “fake” (falso). Na prática, são vídeos, áudios ou imagens manipuladas por IA que conseguem imitar pessoas reais com impressionante fidelidade — até seus trejeitos, expressões e vozes.
Essa tecnologia pode ser usada para o bem, como em produções audiovisuais ou campanhas educativas, mas também levanta preocupações: desde a propagação de fake news até fraudes e enganos com consumidores.
No marketing, o deepfake pode ser uma forma ousada de criar experiências imersivas, mas requer transparência e responsabilidade para não afetar a confiança do público.
Quem são os influenciadores virtuais?
Já ouviu falar na Lil Miquela? E na Noonoouri? Elas são influenciadoras digitais criadas por computação gráfica, com milhares (ou milhões) de seguidores nas redes sociais. Mesmo não sendo pessoas reais, elas se vestem com as últimas tendências, compartilham “rotinas”, apoiam causas sociais e, claro, fazem parcerias com marcas.
Esses influenciadores virtuais oferecem uma grande vantagem: são 100% controláveis. Isso significa menos risco de polêmicas, agenda mais flexível e total alinhamento com o posicionamento da marca. Além disso, despertam curiosidade e engajam com públicos mais jovens, acostumados com o mundo digital e aberto a inovações.
No universo cervejeiro, a ideia de um influenciador virtual apaixonado por lúpulo, harmonizações e eventos pode parecer inusitada — mas também é promissora.
O que o marketing cervejeiro tem a ver com isso?
A indústria da cerveja, especialmente a artesanal, valoriza autenticidade, experiência e conexão com o público. Ao mesmo tempo, marcas estão cada vez mais buscando formas inovadoras de se comunicar, seja para lançar um novo rótulo, promover eventos ou reforçar valores como sustentabilidade e inclusão.
Nesse cenário, tecnologias como o deepfake e os influenciadores virtuais podem oferecer novas formas de contar histórias, atingir nichos específicos e criar campanhas memoráveis.
Algumas possibilidades para explorar:
- Reviver personagens históricos: e se um monge medieval (representado por deepfake) explicasse a origem de uma cerveja estilo trapista em um vídeo promocional?
- Criar influenciadores próprios da marca: uma cervejaria pode desenvolver seu próprio personagem virtual — um “sommelier digital” que ensina sobre estilos, harmonizações e cultura cervejeira.
- Campanhas mais ousadas e criativas: sem limitações físicas, um influenciador virtual pode estar “presente” em vários eventos simultaneamente, ou interagir com o público em realidades aumentadas e metaversos.
- Interação com IA generativa: o influenciador virtual pode responder perguntas sobre a cervejaria, ajudar a escolher o melhor rótulo ou ensinar receitas com harmonização — tudo com IA.
Oportunidade ou risco?
Como toda tecnologia disruptiva, o uso de deepfakes e influenciadores virtuais traz benefícios claros, mas também desafios que não podem ser ignorados.
Oportunidades:
- Inovação na comunicação: surpreende, engaja e diferencia a marca;
- Controle de imagem: um influenciador virtual nunca vai causar escândalos, atrasar campanhas ou desrespeitar diretrizes;
- Custo-benefício: apesar do investimento inicial, a longo prazo pode ser mais barato do que manter parcerias com influenciadores humanos;
- Acessibilidade e escala: o personagem pode falar vários idiomas, estar em múltiplos canais e ser adaptado a diferentes campanhas com agilidade.
Riscos:
- Perda de autenticidade: em um mercado que valoriza a história por trás da cerveja e seus criadores, o uso excessivo de elementos artificiais pode afastar o consumidor;
- Confusão ou engano: se o público não for informado claramente que está interagindo com algo virtual, pode haver quebra de confiança;
- Questões legais e éticas: usar a imagem de pessoas reais (vivas ou mortas) sem autorização pode gerar processos judiciais e crises de reputação;
- Resistência do público: nem todo consumidor está pronto para aceitar personagens virtuais falando sobre uma bebida que, tradicionalmente, tem tanta conexão com pessoas reais, processos manuais e paixão.
Como usar essas tecnologias de forma estratégica no marketing cervejeiro?
O segredo está em usar com propósito, criatividade e transparência. Algumas dicas para marcas que desejam explorar essa tendência:
Seja honesto com o público: deixe claro quando um influenciador é virtual ou quando um conteúdo é criado com IA/deepfake. A transparência fortalece a confiança.
Alinhe com os valores da marca: influenciadores virtuais podem ser carismáticos e divertidos, mas precisam refletir o tom da marca. Não adianta parecer futurista se a sua cervejaria se posiciona como tradicional e artesanal.
Teste em ações pontuais: comece pequeno. Faça uma campanha experimental, avalie a recepção do público e ajuste a estratégia conforme necessário.
Aposte em storytelling: um influenciador virtual pode ter uma história interessante, que se conecta com os valores e causas que a marca defende. Isso gera identificação e engajamento.
Considere a parceria com agências especializadas: a criação de personagens virtuais ou campanhas com deepfake exige técnica, conhecimento de IA e sensibilidade de comunicação.
Exemplos práticos: o que poderia ser feito?
Aqui vão algumas ideias que ilustram como aplicar essas inovações no marketing cervejeiro:
- Campanha com personagem virtual para ensinar sobre estilos de cerveja: um avatar carismático, como o “Dr. Lupulinho”, poderia explicar a diferença entre IPA, Weiss e Pilsen em vídeos curtos nas redes sociais;
- Deepfake educativo: um mestre cervejeiro lendário “trazido de volta” para contar curiosidades sobre métodos de produção antigos;
- Experiência gamificada no Instagram: com filtros interativos e interações com influenciadores virtuais, o público pode participar de quizzes e desafios com recompensas em cerveja;
- Anfitrião virtual para eventos da marca: imagine um personagem criado para ser o mestre de cerimônias de festivais, feiras e degustações online.
E o futuro?
Não há dúvida: a presença de influenciadores virtuais e deepfakes no marketing só tende a crescer. No setor cervejeiro, que sempre soube equilibrar tradição e inovação, isso pode abrir portas para formas surpreendentes de conexão com o público.
O importante é usar a tecnologia como meio e não como fim. O que continua valendo é aquilo que constrói boas marcas: autenticidade, propósito e uma boa história.
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