
24 set Gerações consomem cerveja artesanal pelo mesmo motivo?
A cerveja artesanal deixou de ser apenas uma bebida para se tornar um símbolo cultural, uma experiência de consumo e até um reflexo de comportamento geracional. Nos últimos anos, dois públicos ganharam destaque nesse cenário: os millennials (nascidos entre 1981 e 1996) e a geração Z (nascidos a partir de 1997). Ambos bebem cerveja artesanal, mas será que fazem isso pelos mesmos motivos? Ou estamos diante de duas formas completamente diferentes de consumir e se relacionar com a bebida?
Quando falamos de marketing e comportamento de consumo, entender essas nuances vai muito além de satisfazer a curiosidade. É um passo estratégico para qualquer marca que queira se posicionar de forma relevante nesse mercado em constante transformação.
Millennials: a geração que “descobriu” a cerveja artesanal
Os millennials foram os primeiros grandes responsáveis por transformar a cerveja artesanal em fenômeno de mercado. Se antes o consumo era concentrado nas grandes marcas de cerveja, com produtos de massa e comunicação tradicional, os millennials buscaram algo diferente: autenticidade, propósito e experiências.
Essa geração cresceu em um período de mudanças rápidas: globalização, ascensão da internet e o início das redes sociais. Isso os tornou consumidores críticos, que valorizam narrativas bem construídas e identidades fortes de marca.
Para eles, beber uma cerveja artesanal nunca foi apenas uma questão de sabor. Foi também um gesto de afirmação cultural: apoiar produtores locais, experimentar novos estilos, rejeitar o óbvio. Muitos millennials veem a cerveja artesanal como uma forma de expressão da própria identidade, uma extensão de quem eles são.
Não por acaso, esse público está por trás da explosão de bares especializados, festivais de cerveja e comunidades online que discutem rótulos, aromas e harmonizações.
Geração Z: consumo líquido, conectado e instantâneo
Se os millennials abriram caminho, a geração Z chegou para bagunçar as regras. Esses jovens nasceram em um mundo já digital, hiperconectado e marcado por transformações sociais aceleradas. Para eles, consumir é uma experiência imediata, moldada por redes sociais como TikTok, Instagram e até pelo universo dos streamings.
Enquanto os millennials se encantam pela narrativa de marca e pela história por trás da cerveja, os gen Z querem algo que os envolva em tempo real. Eles não apenas compram um rótulo; eles o compartilham em stories, avaliam visualmente o design da lata, criam trends ou até transformam a bebida em parte de sua estética pessoal.
Além disso, a geração Z tem uma visão crítica e pragmática sobre o consumo de álcool. Muitos alternam entre momentos de experimentação e períodos de abstinência. Para eles, qualidade importa mais que quantidade. O interesse por cerveja artesanal surge muito mais da busca por novidade e exclusividade do que da necessidade de apoiar um movimento cultural como fizeram os millennials.
Os pontos de encontro entre as gerações
Apesar das diferenças, millennials e gen Z compartilham algumas motivações que ajudam a explicar por que ambos se interessam pela cerveja artesanal:
- Valorização da autenticidade
Mesmo com linguagens diferentes, as duas gerações querem se afastar do consumo padronizado. O que muda é a forma de demonstrar isso: os millennials buscam narrativas profundas; os gen Z buscam autenticidade visual e imediata. - Busca por experiências
A cerveja artesanal se conecta a momentos únicos, seja uma degustação em bar especializado, seja a experimentação de um rótulo limitado. Ambos os públicos enxergam a bebida como parte de uma vivência, e não apenas como um produto. - Interesse em inovação
O mundo da cerveja artesanal oferece espaço para criatividade; sabores exóticos, embalagens chamativas, colaborações com outras marcas. Tanto millennials quanto gen Z são atraídos pelo novo e pelo inesperado.
As diferenças que moldam estratégias de marketing
Para o marketing, o choque entre gerações não é um problema; é uma oportunidade. Entender as diferenças entre millennials e gen Z significa segmentar melhor e criar estratégias adaptadas a cada público.
Millennials: profundidade e propósito
O público millennial responde bem a campanhas que contam histórias e reforçam valores. Eles querem entender o “porquê” por trás de cada produto. Marcas que comunicam sustentabilidade, apoio à economia local ou resgate de tradições tendem a conquistar esse consumidor.
Geração Z: rapidez e estética
A gen Z exige comunicação ágil e impactante. Eles não vão ler um manifesto de marca, mas vão compartilhar uma lata bem desenhada, participar de um desafio no TikTok ou se engajar em uma collab inesperada. Para eles, a forma é tão importante quanto o conteúdo.
Exemplos práticos de abordagem
- Para millennials: imagine uma campanha destacando a história de um mestre cervejeiro que largou a carreira corporativa para empreender no universo artesanal. Essa narrativa de propósito e autenticidade ressoa fortemente com eles.
- Para gen Z: uma edição limitada de latas ilustradas por artistas digitais, divulgada com filtros de realidade aumentada no Instagram, pode gerar engajamento instantâneo. A experiência é mais visual, rápida e compartilhável.
E quanto às marcas tradicionais?
Aqui está o ponto curioso: enquanto a cerveja artesanal se expande, grandes marcas tentam dialogar com esses públicos adotando estratégias semelhantes. O problema é que tanto millennials quanto gen Z têm radar afiado para identificar o que é genuíno e o que é apenas oportunismo.
Isso significa que, para as grandes empresas, o desafio é duplo: adaptar-se ao novo consumo e, ao mesmo tempo, convencer gerações exigentes de que sua autenticidade é real.
O futuro: convergência ou ruptura?
Será que millennials e gen Z caminham para consumir cerveja artesanal pelos mesmos motivos? Talvez sim, talvez não. A tendência é que, no futuro, vejamos uma convergência: a narrativa de propósito valorizada pelos millennials se une à estética rápida e impactante da gen Z.
Nesse cenário, marcas que conseguirem unir profundidade de história com leveza de linguagem visual terão vantagem competitiva. A cerveja artesanal será, ao mesmo tempo, símbolo cultural e objeto estético, atendendo às duas gerações.
O que o marketing pode aprender com esse choque de gerações
- Personalização é chave: cada geração exige uma comunicação adaptada, sem perder a essência da marca.
- O storytelling evoluiu: antes bastava contar uma boa história; agora, é preciso traduzi-la em formatos visuais e imediatos.
- Comunidade importa: tanto millennials quanto gen Z valorizam o senso de pertencimento — seja em grupos de degustação ou em comunidades digitais.
- Inovação constante: o mercado artesanal vive de novidades. Manter um fluxo de lançamentos é essencial para manter o hype.
Mais do que cerveja
No fim, o consumo de cerveja artesanal por millennials e gen Z é um reflexo de algo maior: a forma como essas gerações entendem o mundo. De um lado, a busca por propósito; de outro, a estética instantânea e a hiperconexão.
Para o marketing, compreender esse choque — e ao mesmo tempo esse diálogo — é uma oportunidade única. Afinal, vender cerveja artesanal não é só vender bebida; é vender identidade, experiência e pertencimento.
Onde entra a Part Comunicação?
Seja você uma cervejaria artesanal tentando se posicionar no mercado, uma marca tradicional querendo dialogar com novos públicos ou até uma startup do setor de bebidas buscando relevância, entender esse choque de gerações é vital.
É nesse ponto que a Part Comunicação, agência de marketing digital especializada em criar conexões reais entre marcas e pessoas, pode fazer a diferença.
Com estratégias personalizadas, alinhadas às tendências de consumo e às linguagens que realmente engajam millennials e gen Z, a Part ajuda sua marca a transformar cada rótulo em uma história e cada experiência em uma lembrança compartilhável.
Porque, no fim, a questão não é apenas se millennials e gen Z consomem cerveja artesanal pelos mesmos motivos. A questão é: sua marca está pronta para falar a língua de cada geração?