
12 maio O consumidor beer geek está mudando?
Por muito tempo, o universo da cerveja artesanal foi dominado por um público apaixonado, técnico e altamente engajado: o beer geek. Este consumidor — muitas vezes visto como um explorador de estilos extremos, amante de lúpulos potentes, defensor da boa fermentação e crítico de rótulos — ajudou a construir o mercado craft beer como conhecemos hoje.
Mas, em 2025, essa figura clássica está se transformando. A cultura cervejeira evoluiu, o acesso à informação se ampliou e os hábitos de consumo também mudaram. Novos perfis começam a surgir, trazendo consigo outras expectativas, desejos e formas de se relacionar com a bebida.
Este artigo é um convite para entender melhor quem são os consumidores de cerveja artesanal hoje e como essa transformação impacta o marketing e a comunicação no setor. Afinal, para se destacar em um mercado competitivo, é preciso entender com quem estamos falando.
O que é (ou era) um beer geek?
Antes de falarmos das mudanças, vale relembrar: o beer geek tradicional é aquele consumidor que:
- Busca conhecimento: sabe diferenciar uma Hazy IPA de uma West Coast, conhece as escolas cervejeiras e está sempre estudando.
- Valoriza a experiência sensorial: analisa aroma, cor, corpo e retrogosto com atenção quase científica.
- Frequenta festivais e taprooms: está presente nos lançamentos e vive em busca daquela edição limitada.
- Faz parte de comunidades especializadas: fóruns, grupos de WhatsApp, redes sociais cervejeiras.
Esse público foi (e ainda é) muito importante para o crescimento do setor. Mas ele está deixando de ser o único protagonista. Em 2025, observamos uma diversificação clara nos perfis dos consumidores, com novos comportamentos e prioridades.
As novas tribos da cerveja artesanal
Com base em observações de mercado, tendências de comportamento e dados de consumo, podemos identificar pelo menos cinco novos perfis que estão ganhando espaço no universo da cerveja artesanal:
O casual curioso
Esse consumidor não quer virar sommelier, mas quer entender o que está bebendo. Ele experimenta rótulos diferentes, aprecia estilos mais acessíveis (como Witbiers e Sours frutadas) e está mais presente nos bares do que em fóruns técnicos.
Motivação principal: prazer e novidade.
Onde encontrá-lo: redes sociais, bares com pegada descolada, eventos com música e gastronomia.
O aventureiro de sabores
Mais aberto do que técnico, esse consumidor valoriza a criatividade acima da tradição. Gosta de cervejas com ingredientes inusitados (como café, frutas brasileiras, especiarias), rótulos com storytelling marcante e harmonizações surpreendentes.
Motivação principal: experiências sensoriais e culturais.
Onde encontrá-lo: eventos de gastronomia, colaborações criativas entre marcas, espaços instagramáveis.
O consumidor de lifestyle
Para esse perfil, a cerveja artesanal faz parte de um estilo de vida. Ele consome marcas que dialogam com suas causas, como sustentabilidade, inclusão e autenticidade. Gosta de vestir a camiseta da cervejaria preferida e valoriza o posicionamento das marcas.
Motivação principal: pertencimento e identidade.
Onde encontrá-lo: Instagram, TikTok, colabs com artistas e influenciadores.
O bem-estar equilibrado
Com o crescimento da busca por saúde e equilíbrio, esse perfil consome com moderação. Prefere cervejas com baixo teor alcoólico, opções sem álcool, orgânicas ou com menor impacto ambiental. Quer aproveitar o sabor sem exageros.
Motivação principal: saúde, leveza e propósito.
Onde encontrá-lo: redes voltadas ao bem-estar, eventos ao ar livre, marcas que se comunicam de forma mais clean e natural.
O consumidor híbrido
Essa é talvez a principal característica de 2025: o consumidor deixou de ser purista. Ele pode tomar uma IPA artesanal no fim de semana e, durante a semana, escolher um drink com gin ou até uma lager mainstream. Ele não se limita a rótulos e escolhe a bebida conforme o momento.
Motivação principal: liberdade de escolha.
Onde encontrá-lo: em múltiplas plataformas e canais — cervejarias precisam estar onde esse consumidor está.
O que está impulsionando essa mudança?
Diversos fatores contribuem para essa transformação no perfil do consumidor de cerveja artesanal. Entre os principais:
Acessibilidade e democratização
Nos últimos anos, a cerveja artesanal saiu do nicho. Supermercados oferecem uma seleção razoável, bares comerciais abriram espaço para rótulos craft, e o e-commerce facilitou o acesso. Isso trouxe novos consumidores para o jogo — muitos dos quais não se identificam com o perfil beer geek clássico.h,
Influência das redes sociais
O conteúdo sobre cerveja se tornou mais visual, leve e divertido. Menos resenhas técnicas e mais reels, harmonizações criativas, vídeos com dicas e experiências reais. A cerveja virou tema de lifestyle — e não apenas de debate técnico.
Diversificação da concorrência
Com o crescimento do consumo de drinks prontos, vinhos em lata e outras bebidas artesanais, a cerveja artesanal teve que aprender a dialogar com um público mais amplo e menos fiel. Isso forçou mudanças na comunicação e no posicionamento das marcas.
Geração Z e novos valores
Os jovens consumidores querem marcas autênticas, inclusivas, sustentáveis e com propósito. Eles se preocupam mais com a mensagem que uma cervejaria transmite do que com a quantidade de medalhas que ela ganhou. Isso muda o foco do marketing cervejeiro.
O que isso significa para as marcas?
Essa transformação exige uma nova abordagem de marketing. Não basta mais falar só com os especialistas. É preciso entender que:
- O novo consumidor quer se sentir acolhido, e não julgado por não conhecer todos os estilos.
- Design, linguagem e canais de comunicação importam tanto quanto o líquido.
- Diversidade é chave: desde os estilos oferecidos até os rostos que aparecem nas campanhas.
- O conteúdo precisa entreter, informar e conectar emocionalmente.
- Campanhas precisam ser omnichannel: quem consome cerveja hoje está no Instagram, no TikTok, no Spotify e até no WhatsApp.
Cases de adaptação: quem está acertando?
Algumas cervejarias já entenderam a mudança e estão colhendo os frutos:
- Marcas que criam conteúdo acessível e educativo, como vídeos curtos sobre estilos ou harmonizações simples.
- Campanhas que envolvem música, arte e cultura local, conectando a cerveja com experiências mais amplas.
- Colaborações com criadores de conteúdo fora do nicho cervejeiro, como chefs, tatuadores ou atletas.
- Adoção de práticas sustentáveis e transparência, mostrando o impacto ambiental e social da marca.
O beer geek não morreu — ele evoluiu
Não se trata de substituir o beer geek clássico, mas de reconhecer que ele não é mais o único perfil relevante. O mercado amadureceu, e com isso surgem oportunidades riquíssimas para marcas que conseguem se adaptar e dialogar com um público mais amplo, diverso e exigente.
Quem conseguir compreender esses novos perfis e se comunicar de forma estratégica, consistente e criativa, vai se destacar em meio à saturação do mercado craft.
A Part Comunicação te ajuda a entender e alcançar esses novos perfis
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